“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde desde então corre o infinito
Onde estás, Senhor Deus?
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Hoje em meu sangue a América se nutre
Condor que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão,
Ela juntou-se às mais [Ásia e Europa] ... irmã traidora
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Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão p'ra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito
escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!”
Os versos acima pertencem ao poema Vozes dʼÁfrica
(1868), no qual Antônio de Castro Alves personaliza a
África como o continente condenado à escravidão.
Castro Alves incorpora no poema o mito bíblico da maldição do povo africano, cumprida durante milênios por meio da escravidão. Após o Dilúvio, Noé teria amaldiçoado seu filho Cam, dizendo-lhe: “Servo serás dos servos de teus irmãos.” Dentro dessa interpretação, a cor negra dos africanos (descendentes de Cam) seria a marca da maldição de Noé.
ResponderExcluirOlá, obrigado por sua contribuição, por acaso você teria mais dados sobre este tema, procuro textos bíblicos e históricos, sobre a ausência da América na bíblia? Inclusive sobre, Cam, Sem e Jafé, se não estou enganada são os filhos de Noé, na qual os filhos de Sem, deram origem ao Povo Palestino.
ResponderExcluirPessoal, este blog está muito legal! Parabéns!
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